Através de uma iniciativa do vereador Delegado Lessa (Republicanos), foi apresentado durante sessão ordinária na Câmara de Vereadores de cidade de Caruaru nesta
terça-feira (18), um pedido de instauração de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), para investigar o aumento das multas de
trânsito aplicadas no município.
Delegado Lessa exibiu dados que apontam crescimento na arrecadação com infrações de
trânsito do município. Segundo ele, em 2023 foram pouco mais de R$ 3,5 milhões
arrecadados. Em 2025, até o mês de outubro, o valor já ultrapassa R$ 13
milhões.
Para o parlamentar, a CPI deve apurar se existem irregularidades na atuação da Autarquia Municipal de Mobilidade (AMC). O pedido foi apresentado durante sessão com participação ativa de condutores de veículos. Dezenas de motoristas lotaram o plenário da Casa Jornalista José Carlos Florêncio. Eles alegam que estão sendo prejudicados pelas autuações e cobram transparência no processo.
Os
manifestantes relataram multas emitidas com poucos minutos de diferença,
registros em horários incompatíveis com sua rotina de trabalho e notificações
em um mesmo ponto da cidade. A sessão chegou a ser interrompida devido às
reações do público.
Na sessão, o vereador Jorge Quintino citou um documento do Ministério Público que, segundo ele, não identificou irregularidades na aplicação das multas. A fala foi vaiada pelos presentes. Da base governista, o vereador Cabo Cardoso criticou a proposta de CPI. Para ele, a oposição estaria transformando a Câmara em palanque eleitoral.
Os radares eletrônicos entraram em operação em setembro de 2023. Na época, o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro, informou que os radares teriam caráter educativo no trânsito e que 300 câmeras ajudariam na fiscalização da cidade sem multar.
"Instalamos alguns radares de velocidade que vão funcionar somente a título educativo para que a gente diminua as ocorrências e tenhamos mais segurança viária, segurança no trânsito. Não vai ter multa", disse.
Sobre
a destinação dos recursos, a AMC divulgou que Caruaru arrecadou R$
13.152.766,49 em multas entre janeiro e outubro deste ano. Segundo o município,
os recursos foram aplicados em tapa-buracos, recapeamento, manutenção
semafórica, fiscalização eletrônica e no sistema de infrações. Segundo a AMC, o
dinheiro foi destinado da seguinte forma:
1 - R$ 2.328.960,87 foram investidos em tapa-buracos, recapeamento
e recuperação de vias.
2 - A fiscalização eletrônica, incluindo avanço de
semáforo, parada sobre a faixa e controle de velocidade, recebeu R$
1.823.896,11.
3 - A rede semafórica teve investimento de R$
1.545.106,77.
4 - O Sistema de Infrações e Penalidades de
Trânsito contou com R$ 1.247.277,80 em recursos.
A prefeitura afirmou que os valores seguem regras
legais de aplicação.
Mesmo com divergências, vereadores da situação e da
oposição concordaram sobre a necessidade de investigar eventuais erros, ouvir
os motoristas e reforçar a transparência. O pedido de abertura da CPI ainda
será analisado pela Câmara.
Do Patrulha do Agreste / fonte G1 Caruaru

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